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7 de março de 2014

Um Continente Sem Conteúdo



Bonés de marca: caras indumentárias dos "excluídos"


Eu sei que eu vivo em outra época (outro lugar também, vá lá!), mas não consigo parar de me assustar com a estagnação (ausência) das políticas públicas para os chamados "excluídos" (pobre não pode, né?). Que, claro, é a maior parte da população (de que adianta ser pobre - desculpa, foi só essa vez - se você não pode estar com a maioria?).
Nunca ("na história desse país") foi tão fácil agradar ao povão. Mesmo a mídia que já foi algo elitista precisa faturar, e se jogou de costas e braços abertos nos braços levantados da galera (vide - ouça-se - "Piradinha", a grande jóia da MPB que atravessou o ano - bem como nossas membranas timpânicas - e ainda causa estrago. Pergunta que não quer calar: por que acrescentaram a sílaba "di" num termo que já existia? Deixa pra lá...).
Quer perder uma reeleição? Encha uma praça e apresente uma peça em português (aquele idioma falado - e escrito - antes do advento da internet, que foi quando os professores desistiram de tentar ensiná-lo). Ou contrate músicos: alguém que tente impor alguma melodia e letra ao barulho. Pronto: Derrota na certa para aquele candidato que promete recolher a polícia em dia de pancadão.
Assim nós vamos. Deixando que o jovem pense que pode juntar vida honesta e esforço com bens de consumo - até que ele se torne um pouco menos jovem e perceba o quanto foi enganado, partindo para algum método mais radical para realizar seus desejos. Negando a elevação espiritual além dos estreitos limites do ilusório Facebook, do Youtube e das novelas da Globo. Esquecendo os conceitos morais e filosóficos e apresentando apenas a religião (de preferência uma ortodoxa ou uma "de resultados") como alternativa à quem não quer se perder.
Não se pode admirar o bom quando só se conhece o ruim. Só há dois caminhos para os maltratados: a resignação ou a contestação, e nenhum dos dois costuma ser construtivo para o futuro de uma cidade ou de um país.
Os "rolezinhos" não são exemplo de discriminação social, racial ou de violência organizada. São um pobre (muito pobre, paupérrimo) grito de socorro de uma geração que só aprendeu a desejar três coisas: fama, diversão e consumo. Desejos legítimos, ou até mesmo louváveis. Mas que isolados de outros interesses só servem para gerar mais busca de diversão, fama e consumo. Não são os pilares de nenhuma sociedade sólida.