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2 de agosto de 2013

EBA!


Era o que todos estávamos esperando!
Reformulando:
Era o que todos estávamos esperando?
Até hoje (agora acho que já podemos dizer até ontem) dizíamos para mães e professoras angustiadas que o diagnóstico de TDAH de seus filhos e alunos era baseado em história clínica e avaliação por profissional da área (psicólogos infantis, pedopsiquiatras, neurologistas pediátricos), e que não havia qualquer exame que o comprovasse.
Mas (como dizia o pessoal do Casseta e Planeta, também estes ultrapassados):
Agora seus problemas acabaram!
Chegou o "revolucionário" NEBA (sigla inglesa para Avaliação Neuropsiquiátrica Baseada em Eletroencefalograma), que nada mais é do que um EEG acoplado a um analisador de ondas.
Os eletros de crianças com TDAH mostraram (num estudo, basicamente, que serviu de guia para a aprovação por parte do FDA, órgão americano regulador de produtos para a saúde e alimentos) que muitas crianças afetadas têm alterações na relação das ondas cerebrais teta e beta.
Pronto! Foi o sinal de largada. Tanto para novas discussões no mundo inteiro quanto para o "ouriço" de pais, professores e escolas.
Finalmente (pensam eles) vamos ter um exame para diagnosticar esses capetinhas (ou esses desatentos).
Acontece que nada mudou (ou nada deveria ter mudado).
O diagnóstico de TDAH não deve ser leviano.E não é baseado num EEG.
Um EEG "positivo" não deve ser encarado como destino, assim como "negativos" podem ter vários outros problemas que necessitam atenção especializada. A se acreditar num exame estaríamos correndo risco de discriminar para os dois lados, prejudicando todos mais do que ajudando.
Mas que eu, como pediatra, já estou pensando em tirar umas férias de uns cinco ou dez anos (porque vão chover mães querendo o tal exame), isso estou.