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12 de julho de 2013

Perigo Travestido



A pediatria tem, ou deveria ter, uma mãozada de remédios básicos.
E quase que fora desses, pouca coisa a mais precisa o pediatra usar no dia a dia.
E, dentre esses poucos remédios, os analgésicos/antitérmicos (remédios para a dor e febre) estão no topo da lista. 
E quais são os analgésicos atualmente usados ou recomendados?
Aí é que está:
No alto do ranking dos usados hoje está o ibuprofeno. Seguido do paracetamol e, perdendo espaço, a dipirona.
Isso está correto?
Vou morrer dizendo que não!
Chega a ser meio difícil entender o fenômeno de popularidade do ibuprofeno.
Um antiinflamatório travestido de "inocente" analgésico (portanto muito mais perigoso, já por definição farmacológica), que caiu no gosto de médicos e pacientes.
No gosto dos médicos muito pela "mardita" propaganda da indústria. E, também, claro, pela preguiça da busca da informação correta, além da cessão à pressão lobística e um medo ignorante de raras e graves reações adversas dos remédios concorrentes - ainda que o ibuprofeno também as possua, mas que são "esquecidas". 
No gosto popular por carona na prescrição médica frequente, pelo gostinho bom, pela novidade (o ibuprofeno foi o último a aparecer no mercado brasileiro, muito tempo após a dipirona e o paracetamol), pelo efeito mais intenso na febre, comparado ao paracetamol.
Não importa que cause danos ao estômago. Azar se der sangramento intestinal. E daí se piora com frequência quadros de bronquite ou asma? Danem-se as reações alérgicas. E o queco se o paciente apresentar doença renal grave no futuro pelo seu uso frequente... E por aí vai.
Remédio é remédio, e o melhor é não precisar usar nada.
O paracetamol e a dipirona também têm os seus problemas, comparativamente menores do que essa praga de ibuprofeno! Os dados estão disponíveis para quem quiser saber a verdade.
O problema é que hoje em dia a verdade dá pé de página. 
E é esmagada pela propaganda.