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5 de março de 2013

Biscoito a Zero



Uma moda americana que logo aporta por aqui (se é que já não aportou) é a da demonização do trigo.
O trigo e as suas farinhas (parece nome de banda!) não são por si só nem anjos nem demônios, como de resto quase nada que a gente come são.
O problema com a alimentação moderna é o exagero, a desproporção em favor dos farináceos. E aí, sim, a meleca nutricional que a gente vê, levando a turma à diabete, hipertensão e etc.
Precisamos abdicar de um biscoito, passaremos cadeado nas padarias?
Claro que não, ainda que se hipotetise que na era prévia às farinhas o ser humano não conhecesse problemas metabólicos.

E aí, pegando carona na doença celíaca - condição em que se deve zerar o consumo de derivados do trigo - inventou-se o termo "intolerância ao trigo" (ou, mais bonito, "sensibilidade ao glúten") baseado apenas na presença de anticorpos dosados no exame de sangue mais um ou outro sintoma do dia a dia (como - adivinha? - a flatulência, ou um intestino ocasionalmente mais ativo).
Diagnóstico tanto apressado quanto inócuo, seja para os que"sofrem" da condição (ainda que com o perigo de apresentar algum transtorno alimentar, pelo medo desses alimentos), seja para os que o ignoram.
E, só pra variar, quem está lucrando com a história?
Liderando o ranking, indústrias, criando mil produtos wheat-free, ou livre de trigo.
Em segundo lugar, médicos charlatões, nutridores das neuroses dos seus pacientes.
Em terceiro (mas para esses o mercado nunca murcha), laboratórios (médicos e pacientes pedem, nós fazemos! - é certo).

Obs.: O diagnóstico da doença celíaca (muito real) basea-se em outra espécie de anticorpos, e tem história conhecida há décadas, ainda que com sintomas muito diferentes de um paciente para outro. Além disso, o diagnóstico definitivo é dado pela biópsia intestinal.