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15 de fevereiro de 2013

Expiação



Para as avós, pingo é enxurrada.
Frio é neve.
Tosse, pneumonia. Dupla, de preferência.
Capote é regata. Regata, pelado (tem menos que pelado?).
Ramela, conjuntivite. 
Barriga é verme. Falta de apetite, verme. Soluço, verme. Enjôo, verme. Verme? Verme!
Qualquer coisa no pescoço é caxumba. Até falta de pescoço é caxumba!
Pé no chão, infecção. Do pé? Não. Da bexiga! (E bexiga no chão, dá infecção no pé?).
Febre? Esfrega uma batata no pé. Ou põe couve. Tudo no pé.
Cenoura? Não, cenoura não. Só pra comer. Vitamina Q.
Vitamina o que?
A, B, sei lá. Diacho é que o menino não come! Tá fraquinho!...
Vai ver, é anemia. Ou pneumonia. 
Ou leucemia? 
Ou disritmia? 
Sei lá. Pra mim, é só neto.
Neto da Maria.
A fonte da sabedoria!

Um dia desses, uma vovó me perguntou de bate-pronto:
"Dizem que você não gosta de vó, né?"
Epa! "Gostar de vó" significa o que?
A pergunta faz tanto sentido quanto se eu gosto de sorvete.
De flocos eu gosto, de coco eu gosto, de chocolate eu gosto... Baunilha, não. Morango, odeio. Mas como de vez em quando.
Então: adoro certas vovós. Adorava especialmente as minhas.