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6 de novembro de 2012

Tic, Tac, Tic, Tac...


Não é a minha área e o tema é meio espinhoso, mas um estudo sobre o câncer de próstata ilustra bem os tempos neuróticos que a medicina atual nos faz viver.
Em 162 homens de várias idades falecidos por trauma se fez biópsia da próstata para verificar a presença de células cancerosas.
E, sem surpresa, se verificou que quanto maior a idade maior a probabilidade de se encontrar tecido canceroso. Na faixa dos 40 anos de idade essa incidência ficou em torno de 45%.
Veja bem: 45%! Ainda que a amostragem seja pequena, 45% representa quase a metade da população masculina!
Agora lembre-se das recomendações atuais para o screening do câncer de próstata: ao redor dos 40-50 anos de idade todo homem deveria se submeter a exames periódicos, blá, blá, blá...
Então, mesmo que você não seja muito bom em matemática, já percebeu que muito provavelmente quase a metade da população masculina que se submeta a esses exames preventivos vai ter a sua vida completamente alterada pela ameaça, pela nuvem negra de um câncer pairando sobre suas cabeças!
A próxima pergunta é: quem irá evoluir para sintomas? Quem se beneficiaria de tratamento (cirurgia, radioterapia, tratamento hormonal, etc.) e quem teria muito mais prejuízo (pessoas que vão morrer de outra coisa nas próximas décadas, como foi o caso destes pobres homens do estudo citado)?
Felizmente, boa parte da sociedade (médica bem como a leiga) já está começando a se dar conta da falácia do screening universal, da indústria do medo que estamos alimentando.
E a mama, e os problemas coronarianos, e o cólon (intestino), e...
Vale a pena estarmos vigilantes. Vale a pena pensarmos sobre o estilo de vida que queremos levar.
Tem gente que põe o despertador para daqui uma hora e dorme tranqüilo. Tem gente que conta cada minuto até o despertador tocar...