Até pouco tempo, apenas as mães sofriam o olhar de
reprovação quando decidiam ter filhos em idade muito madura.
Estudos recentes têm evidenciado que em muitos dos
problemas de origem genética são os pais os transmissores do DNA “defeituoso”.
A explicação mais plausível é de que pais mais velhos têm
durante sua vida milhares de divisões celulares nas suas células reprodutivas,
os espermatozóides (coisa que não ocorre nos óvulos maternos, vistos que estes
têm número fixo desde o nascimento da futura mamãe – eles só vão madurar).
A cada nova divisão, a chance de ocorrerem novos defeitos na
sequência do DNA paterno aumenta.
Pais acima dos 40 anos, por exemplo, têm seis vezes mais
chances de gerar um filho com autismo que pais na faixa dos 20 anos.
A esquizofrenia também tem seu risco aumentado de forma
linear com o avanço da idade paterna.
O curioso é que são problemas em que os pais da criança
recém-nascida suspiram aliviados por não detectarem nada de anormal na
maternidade – os problemas aparecem às vezes muito depois, diferentemente da Síndrome
de Down ou outras anomalias genéticas ligadas à idade materna.