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31 de julho de 2009

Nada de Pânico


No interior de Santa Catarina, fomos encontrar a dona Eleonora, mãe de dois pequenos filhos saudáveis para perguntar sobre seus temores sobre a atual...
-Não!!
-Não o que?
-Não fale!
-Sobre a gr...?
-Não! Não fale! Pode ser contagioso!
-Mas até falar no nome?
-Claro, meu filho. Nunca se sabe! Você aí vindo da rua, pode estar contaminado!
-Quer dizer então que a senhora já nem sai mais de casa?
-De casa? Eu já não saio mais é do banheiro!
-Não tá parecendo um pouco de exagero?
-Na verdade, o meu projeto era ficar restrita ao boxe, mas eu tenho nojo de fazer ali minhas necessidades... Falando nisso, você pode, por favor, desencostar do meu rolinho de papel higiênico?
-Ah, desculpe! Mas... e os seus filhos, como é que a senhora tem cuidado deles?
-Pois então. Ando muito, muito preocupada. Ontem quase morri de susto com o mais velho.
-Por que?
-Chegou perto de mim e, do nada, deu o que pensei ser (se benzendo) um espirro.
-E não era?
-Não.
-O que era então?
-Queria assistir o “Castelo Ra- Atchim-Bum”...


Essa postagem está seindo patrocinada pela Ageincia de Telemarketing “Alô, Alô, Realeingo

28 de julho de 2009

Um Diagnóstico Pra Chamar de Seu


Vivemos uma época de soluções rápidas. Google, controle remoto, drive-thru, comida congelada, bebida em lata descartável. Soluções devem aparecer em questão de segundos, temos pressa.
A mesma pressa exigimos nos diagnósticos.
Esperamos que ao abrirmos a boca com a primeira queixa nosso médico, psicólogo, dentista ou terapeuta já esteja com o diagnóstico à mão.
Não que não queiramos atenção, que não nos escutem, pelo contrário.
Mas não podemos esperar tanto assim para que definam o que nós temos. Temos que noticiar a todos, temos que pensar em diagnósticos e tratamentos alternativos (temos que pesquisar no Google), temos que nos remoer (“afinal, tenho mesmo alguma coisa, já não era sem tempo, viu?”).
Vai que eu morro antes, de velhice, sem um diagnóstico, já pensou?

Esta postagem foi patrocinada pela série de livros didáticos "Aprenda Apanhando"

24 de julho de 2009

Tome Letra


Não adianta.
É o assunto que está na boca do povo:
Gripe A.
Se a situação dos sistemas de saúde já não era das melhores sem ela, agora então, a coisa ficou um pouco surreal*.
Não é só no nosso país, não. É no Mundotodolândia.
Sim, porque não há condições de investigar todo mundo (“é gripe A, não é gripe A?”).
E nem precisa.
Quem precisa saber a quantas andam os vírus é o pessoal da epidemiologia, que é quem nos repassa o nome e sobrenome dos bichos aos quais estamos expostos.
Pra nós, o som do Atchim é o mesmo (especialmente no caso do H1N1, que já se sabe forte na capacidade de disseminação e fraco nos estragos provocados, ainda que gripe não seja um simples resfriado)!

* Órgãos oficiais nos mandam fluxogramas de atendimento dos casos suspeitos com orientações do tipo: ...centrais de atendimento devem ser acionadas... pessoal de apoio disponível... confirmação laboratorial dos casos suspeitos... etc...
Ãhãn!...

Esta postagem foi patrocinada pela Escola Primária “Essa Fada, Essa Fadinha”

21 de julho de 2009

Clip-Arte

Quem tem criança pequena sabe da dificuldade de se cortar as suas unhas (as da criança, embora alguns pais se queixem de não conseguir cortar suas próprias unhas por falta de tempo).
A Nemours Foundation, que não tem coisas mais importantes para fazer (eu também não) oferece algumas dicas, que eu modifiquei um pouco:
◊ Segure fixamente tanto a palma da mão quanto o dedo da unha a ser cortada, para que o dedo não mexa
◊ Use tesouras apropriadas para o tamanho da unha a ser cortada (eu gosto da do canivete suíço pequeno, marca Victorinox®, marketing gratuito, infelizmente)
◊ Em algumas crianças, o melhor mesmo é usar lixas de unhas, ao invés de cortá-las
◊ Aproveite o sono (fase REM, aquela em que os olhos se mexem mas a criança está “apagada”, com muito pouca capacidade de reagir).

(Esta postagem foi patrocinada pelo Jardim de Infância "Pedacinho do Eu")

17 de julho de 2009

Prefe-errência


Tem muita gente (boa) que evita usar broncodilatador (fenoterol - Berotec®, salbutamol - Aerolin®, terbutalina - Bricanyl®, etc.) para suas nebulizações com medo das reações adversas (que são conhecidas e controláveis nas dosagens corretas) e passam a usar somente brometo de ipratrópio* (Atrovent®) para as crises asmáticas.
Perdem, assim, um remédio vital para a recuperação da falta de ar (mas que deve ter seu uso preservado para momentos de maior necessidade – é como o dinheiro da poupança) e ganham, assim, um medicamento de ação muito discutível para estes mesmos momentos.
(Muitas mães, ao testarem elas mesmas a nebulização ou a “bombinha” que fariam para seus filhos “passam mal”, ou seja, experimentam as reações adversas – que muitas vezes seus próprios filhos não experimentariam, por serem organismos diferentes – e concluem: “Este remédio é muito perigoso!” e... Tchau, tchau, remédio ainda interessante nos dias de hoje!)
* O ipratrópio também pode ter suas reações adversas “perigosas” (inclusive, veja você, broncoespasmo, ou seja, piora da função respiratória em cerca de 10% dos pacientes). Mas, pela ausência quase sempre do efeito assustador da taquicardia, tem a preferência do “eleitorado”.
** Não adianta: historinhas como as da ilustração acima são mesmo mistificadoras da asma e dos medicamentos a ela associados. Por isso tanta gente tratada de forma inadequada. Por isso tantos tratamentos “naturais”, impedindo ou atrasando a melhora dos pacientes.

14 de julho de 2009

Só Dói Quando Respiro


Quando a dor torácica em crianças é motivo de preocupação?
Olha, preciso muito esforço de memória para lembrar alguma criança atendida por dor torácica que realmente fosse portadora de algum problema importante.
Como lembra o artigo do site Contemporary Pediatrics, dor no peito costuma aparecer com muita freqüência em crianças cujos parentes apresentaram recentemente alguma condição cardíaca (infarto ou cirurgia cardíaca, por exemplo).
Além disso, o próprio problema médico do parente faz com que a turma fique mais “ligada” nas queixas de dor da criança, quase que gerando um ciclo vicioso.
Dicas (também do mesmo site):
Dor com a criança bem, sem alteração da função respiratória, sem febre, costuma ser de causa psicogênica na grande maioria dos casos.
Dor aos esforços físicos provavelmente merece investigação cardiológica.
Dores em crianças cujos parentes próximos apresentaram morte súbita podem merecer avaliação. Acrescentaria aqui problemas cardiológicos precoces (mesmo não resultando em óbito) em parentes próximos.

Curiosidade:
Quer uma causa muito freqüente de dor torácica, tanto em crianças quanto em adultos?
Gases! (o que o homem simplório costuma chamar de “pum atravessado”).

10 de julho de 2009

Sem Bala Na Agulha


Volta e meia o assunto retorna à baila:
Um ou outro profissional não-médico (agora enfermeiros) deve prescrever medicamentos?
A proposta teria a intenção de aliviar a carga das emergências médicas. Enfermeiros fariam uma avaliação prévia e resolveriam casos menos sérios.
Particularmente sempre achei que mais vale um bom enfermeiro do que um mau médico, mas a possibilidade da prescrição tem que analisar últimas instâncias.
Então imagine uma criança que chega a uma emergência médica com alguma condição séria em que o(a) enfermeiro(a) falhou na avaliação da gravidade e a mandou para casa, vindo a mesma a falecer em seguida.
Quem seria responsabilizado (em última análise, quem arcaria com o valor indenizatório)?
A instituição? O médico plantonista chefe da equipe à qual o enfermeiro pertence?
Enfermeiros não usufruem do mesmo status do médico. Assim como também não usufruem dos mesmos proventos. Não conseguem, então, se atualizar na mesma medida, não terão autoridade - nem capacidade - para tomar decisões terapêuticas, não terão caixa para se responsabilizar em processos por erro “médico”.
Passemos assim para outra solução para emergências abarrotadas.

7 de julho de 2009

Numa Tacada


Numa época em que somos obrigados a engolir frações às vezes não desprezíveis de antibióticos no frango que comemos para evitar o colesterol da carne vermelha, em que tomamos resíduos de venenos agrícolas e - de novo - de antibióticos da indústria agropecuária na água mineral que deveria nos “salvar” de outras fontes menos cuidadas de água potável (o aguardado documentário Food, Inc. – um “Uma Verdade Incoveniente” da comida - versão para preguiçosos do livro de Michael Pollan deverá chamar a atenção mundial para estes assuntos), pelo menos deveríamos estar fazendo alguma força para pouparmos nossos queridos filhinhos dos antibióticos receitados inescrupulosamente (e o “receitados” aqui podem ser de um balconista de farmácia que, quando tem formação universitária, é de Pedagogia, mas no mais das vezes tem formação em Artes Marciais – cinematográfica, apenas) para gripes (não-A, não-B, gripes iletradas) e resfriados ou mesmo infecções bacterianas banais cujo organismo previamente são tira de letra!
Ufh!

3 de julho de 2009

Kalman! Take It Izzy!


Existe a ameaça ou a agressão de natureza grave. Pra essas, tratamento, denúncia, polícia.
Mas a maioria do que tem se definido como bullying é coisa pouca, provocação de gente imatura, que precisa desfazer do outro pra se sentir melhor.
E, ao contrário da onda recente de regulamentação do que são atitudes normais ou bullying, o psicólogo americano Izzy Kalman (ô nome bom pra psicólogo, hein?) orienta que seu filho aprenda a lidar com a coisa de forma inteligente.
Como?
A provocação, o bullying é um jogo, ensina ele, e nunca, em nenhum momento seu filho deve aceitar participar dele. Deve fazer todo esforço para não mostrar grandes incômodos, em hipótese alguma deve pedir socorro para pais ou professores, sob pena de mostrar a desejada fragilidade.
Além disso, deve ser ensinado a rir de si mesmo, característica que pode ser aprendida e que servirá para a vida inteira.
Aeroporto de mosquito? Tô cobrando passagem.
Se tinha pra homem? Quer um pro seu?
Rolha de poço!
Huum!... (essa doeu?) Não veio resposta? Então pelo menos engula. Saiba não reagir. Até concorde, tipo “sabe de algum poço aí nas imediações?” Tudo pra não entrar no jogo, que é o grande lance do provocador.
A vida é dura? Tem muita maldade nesse mundo? É uma das importantes lições que a escola tem pra ensinar.