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31 de janeiro de 2006

Vai e Vem


Dois detalhes, às vezes esquecidos, do refluxo gastroesofágico:
Em crianças novas (lactentes), pode provocar a chamada Síndrome de Sandifer: o ato de jogar-se para trás frequentemente (esticando o pescoço) para, com isso, tentar aumentar a pressão de dentro do esôfago, propiciando alguma melhora dos sintomas (porém, é bom lembrar que muitas crianças têm este hábito por outras causas, como problemas cardíacos, ou sem nenhuma causa evidente).
Em crianças mais velhas (quando a dentição está presente): é uma das causas a se pensar quando há “estragos” no esmalte dentário (principalmente se há boa higiene e quando há outros sintomas), pela volta (refluxo) do conteúdo ácido do estômago.

Páscoa o Ano Todo

ilustração"roubada" de http://www.strangecosmos.com/images/content/16365.JPG

Ovinhos escondidos pelos tapetes, em meio à mobília, nos brinquedos...
Não é somente na Páscoa que a brincadeira acontece.
Em países tropicais, pelo menos uma em cada cinco pessoas são portadoras de um vermezinho bem pequeno que gosta de passear pelas proximidades da região anal.
O oxiúro (ou enteróbio), apesar de incômodo pra muitas crianças (provocam coceira ou sensação de “mordida” na região anal, além de vaginites por germes comuns nas meninas, pelo fato de coçarem a região), não apresenta maiores riscos.
Muitas vezes a criança toma o remédio para vermes e, em curto espaço de tempo, volta a se contaminar (com os tais ovinhos, invisíveis a olho nu, que podem estar em toda parte – no próprio ânus da criança, inclusive - ou através da larva nascida dos ovos da região anal, que fazem “caminho contrário” para dentro do intestino).
Portanto, se o tratamento (recomendado para a família toda, pois adultos costumam albergar os vermes também) com mebendazol, albendazol, ou pirvínio não resolver o problema de forma definitiva em um ou dois ciclos, o melhor é relaxar mesmo (e aguardar uma oportunidade próxima – meses – para uma nova tentativa).
(observação: as larvas – do tamanho de pequenos pedaços de fio - são muitas vezes achadas ao se vistoriar a região anal das crianças nas primeiras horas do sono, à noite, mas... deixe pra lá, afinal, você não iria querer que fossem fazer isso com você também, não é mesmo?)

29 de janeiro de 2006

Elevador


Para os pais que já esqueceram, é bom lembrar. Para os que não sabem, é bom que se esclareça.
Para que serve a bolsa escrotal?
Como um elevador (sem ascensorista) a bolsa escrotal passa o dia inteiro num sobe e desce. Com apenas dois “passageiros”: os testículos.
E pra que?
Pra que mantenham a temperatura testicular dentro de limites estreitos.
O desenvolvimento (e o funcionamento) dos testículos depende de uma temperatura ótima que, em dias de calor, pode ser de até 5º C abaixo da temperatura do resto do corpo. Por isto, em dias quentes, o testículo desce e, em dias frios, sobe para mais perto do calor.
Pena que pra “cabeça quente” o mesmo fenômeno (a separação do corpo) não acontece...

27 de janeiro de 2006

Um AAS Antes e Um Depois ?

Um “AAS zinho” antes de dormir.
É um costume (absurdo, é bom que se diga logo) na região onde trabalho, para lactentes (isto mesmo, inocentes lactentes que não podem fechar peremptoriamente suas queridas boquinhas!) dormirem melhor !
Costumes como estes levam anos para serem corrigidos (sabem como pesa um conselho da vovó, né?).
Como nos mostra um artigo dos poucos que se pode chamar de definitivo sobre o assunto no Pediatrics de 1998, após quase trinta anos de polêmicas científicas, ficou provada a relação do uso do AAS em doenças virais com a chamada Síndrome de Reye (doença muito grave, ainda cercada de incertezas, que já era relativamente rara, mas que teve sua incidência aumentada na década de 80 nitidamente relacionada com o uso freqüente de ácido acetilsalicílico (AAS).
Temos, hoje em dia, melhores e mais seguras opções do que o “velho” (não se pode dizer “velho e bom” – talvez nenhum remédio mereça o epíteto) AAS, a não ser para poucas exceções.
Mas não, “pelo amor dos meus – seus, na verdade – filhinhos”, para dormir melhor !

Psi

Um inconveniente intransponível nas medicações de atuação nos meandros da mente (antidepressivos, antipsicóticos, psicoestimulantes, etc.) é o fato de, como bem salientou Milan Kundera em seu “A Insustentável Leveza do Ser”, não se trilha o mesmo caminho duas vezes.
Emoções não são vividas da mesma forma, com o mesmo “background” de outrora (mesmo que esse “outrora” seja de 10 minutos atrás), não importa o quanto as situações que disparam estas emoções possam ser parecidas.
Fica um pouco difícil, portanto, se obter um “controle” objetivo do efeito medicamentoso: se eu não tivesse tomado, estaria igual (ou melhor, ou pior)?