Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

15 de dezembro de 2017

Prisioneiros da América


Dói, dói muito, dói na carne assistir a cenas como as que a "torcida do Flamengo" mais uma vez protagonizou na noite desta quarta-feira.
Quando se fala "torcida do Flamengo" está se falando "povo brasileiro", igualzinho a qualquer outro, vestido com cores de alguma torcida. Mas em nada diferente da torcida do Vasco, do Botafogo, do Fluminense ou mesmo de qualquer outro time brasileiro (que time não tem histórias dessas pra contar?).
Insisto em torcer para um time (que nem vem ao caso informar), mas é um resquício da infância, um consolo para momentos de tédio, de tristeza, e até muito mais do que deveria ser. Isso é comum ao homem (mais do que às mulheres), e o é principalmente para o sulamericano, povo que se acostumou - essencialmente devido à pobreza material e (muito mais) de espírito - a superdimensionar a paixão por um clube como algo muito maior do que a sensatez mandaria fazer.
A total selvageria de pessoas que supostamente saíram de casa para assistir a um espetáculo esportivo (que deveria incluir, ironicamente, o espetáculo da própria torcida!) mostra para quem quer enxergar a podridão de uma sociedade no seu conjunto. Não é "um contra o outro", o "vermelho contra o azul", isso é só uma desculpa (inconsciente às vezes, mas muito consciente em outras muitas situações) para o desafogo dos graves problemas sociais, para uma manifestação com tons políticos, para a demonstração explícita do que o ser humano tem de pior.
Teríamos que ter a coragem de repudiar o torcer dessa forma, o encarar isso como "da outra torcida", o aceitar que se criminalize "uma facção" apenas.

Isso somos todos nós: povo profundamente deseducado, que vê suas esperanças irem pelo ralo, mas que adora por a culpa dos problemas nos outros.