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27 de outubro de 2017

Sims ou Não?


Já dura quase dez anos uma tremenda polêmica em Nova Iorque:
Retira ou deixa quieta a estátua do médico J. Marion Sims (localizada na Quinta Avenida com a rua 103, ao se atravessar a rua do belo edifício da Academia de Medicina de Nova Iorque, numa das entradas do Central Park)?
O dr. Sims foi um médico ginecologista do século 18, considerado o "pai da ginecologia moderna" pelo fato de ter feito avanços em técnicas cirúrgicas (e, além disso, ter criado um hospital de mulheres). Por isso "só" já mereceria a estátua muito mais do que muita gente considerada "boa".
Quais as acusações contra ele (para "derrubar" a estátua, modinha dos novos tempos iconoclásticos em que vivemos - por falta de coisa melhor pra fazer)?
Fez muita cirurgia sem anestesia. Gente, era médico do século 18! 18! 1700 e coisinha! Não tinha anestesista na ponta da linha para agendar centro cirúrgico (não havia anestesistas, nem linha telefônica, nem telefone, e a noção de dor excruciante nos pacientes cirúrgicos era o que se tinha na época!).
Desrespeitava notadamente pacientes negras, escravas (operando algumas para platéia de médicos assistentes). Então: péssimo! Pro cidadão do mundo atual! Que bom que em algumas coisas tentamos melhorar (ainda que a história da humanidade nos prove que as melhoras sempre são cíclicas).
Baseados nestes dois principais argumentos, derrubemos quase todas as estátuas do mundo, então.
Ei! Espera! Onde você vai, com esse martelinho na mão?
Eu, como talvez a maioria, quero um mundo com estátuas. Muitas são lindas, maravilhosas. Mesmo que os retratados não mereçam muita reverência (quase sempre o caso, no final das contas, pois seres humanos). No máximo, vá à noite, olhe bem pra todos os lados e dê uma cuspidinha nela, acho que como protesto está de bom tamanho. 
Não precisa jogar fora o trabalho de todas as gerações anteriores porque "você (o importante) não está de acordo".