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28 de outubro de 2016

Mais Essas


Fluorsurfactante.
Apostaria um pirulito (daqueles grandes, multicolores, com gosto de nada) que você nunca ouviu falar disso. E não me pergunte onde acho essas coisas (achei, ué!). 
É só mais uma dos compostos químicos recentes que vêm se somar às preocupações de saúde no que comemos, bebemos, vestimos, e etc.
Os PFS (sigla da coisa) estão presentes em praticamente todas as embalagens lipofílicas (que bloqueiam a passagem de gorduras e, portanto, de umidade). Ou seja, estão em embalagens de chocolates, biscoitos, massas secas, manteigas, alimentos congelados, etc. E, adivinhem?  Passam pros alimentos estes compostos, principalmente quando em tempos mais longos de conservação, ou em aumentos de temperatura. 
O que causam?
Mais uma vez - assim como nos compostos plásticos - causam principalmente interferência no funcionamento hormonal dos organismos (fazem parte dos chamados perturbadores endócrinos), dos bebês no ventre materno aos vovozinhos (além de alguns tipos de doenças chamadas autoimunes, e câncer em alguns órgãos).
E está se fazendo alguma coisa a respeito? 


Não. Exceto alguns protestos isolados (principalmente por parte do Greenpeace). Até porque 1) a descoberta dos problemas é muito difícil de ser comprovada individualmente 2) é de introdução relativamente recente (e esses efeitos tipicamente levam décadas acontecendo até que se tomem providências), 3) outros compostos têm sido implicados em sintomas semelhantes, confundindo resultados de estudos e 4) para variar, a indústria vai negar até o fim os problemas com estas substâncias.

25 de outubro de 2016

Itaí


Acho que sou das poucas pessoas que, não sendo publicitário, se preocupa com propagandas.
Nada a dizer das sempre novas cervejas com velhos chavões comerciais, que transformam todo brasileiro em jovem torcedor de futebol fanático e machistamente mulherengo (e que, além disso, odeia ou teme a "patroa"). 
Minha velha implicância é com o Itaú. Faz propagandas lindíssimas. Muito preocupado com o social esse banco! 
E das últimas, a que me faz rir muito é o "leia para uma criança".
Mesmo? É sério isso? Para que pais estão falando? De qual país (ou planeta)?
Pais? Lendo para filhos? Lendo uma história infantil? Algo mais interessante que o conteúdo pronto do smartphone (mais interessante que Peppa para crianças e Face para adultos)? Quem vai para esse sacrifício? 
A leitura, Itaú, já está irremediavelmente perdida. Morta. Enterrada. Talvez não para a geração atual dos pais, pois alguns ainda resistem à transformação do cérebro em algo que não lê (só ouve, vê, e eventualmente raciocina, nesta ordem). Mas para os filhos, pfuu! Desista! Invista em causas mais úteis sua obrigatória verba de cunho social.

Um filme (dublado) infantil é a dica.

21 de outubro de 2016

O Meu Primeiro


Não estou aqui pra defender governo, longe disso.
Mas as "compras" na área da saúde há muito tempo não poderiam serem mais feitas na base do "Quanto custa? Dá!". Ninguém, exceto alguns milionários, compram no sistema "Quanto custa? Dá!"! E é isso que se pede dos governos de países pobres como o nosso (pobres em relação às milhões de necessidades)!
Toda compra responsável se faz contando o dinheirinho da palma da mão e vendo se dá, mesmo quando é algo que necessitamos muito. E aí é que está: quase todos são unânimes em concordar que a saúde é algo que se necessita muito. Mas ainda assim é preciso que as moedinhas cubram o valor cobrado, ou...
Ou se racionaliza na compra do que é possível. 
E nos governos brasileiros, até hoje, isso não tem sido (ou não tem sido adequadamente) feito. 
O dinheiro usado na compra do medicamento caríssimo contra o câncer de um faz faltar a penicilina barata no tratamento da sífilis de outro. A ressonância magnética das comuns dores de cabeça fazem o dinheiro do exame da tuberculose faltar. É o que tem acontecido. E para tratar a todos com tudo o que se necessita, nunca mais vai dar! Então como é que faz?
Primeiro, conta-se a verdade. Isso tem o mesmo nome em todos os países: educa-se! Por dolorido e antipático que seja. A medicina de hoje conta com procedimentos e tratamentos caros (e nem sempre tão eficientes) como nunca houve. O problema é que não cabe mais no bolso! É preciso dizer isso abertamente. O que os governos fazem (ainda, por questões essencialmente eleitorais) é o mesmo que os planos de saúde fazem: cobriremos tudo (sabendo que não dá)! Os planos de saúde individuais sumiram do mercado por isso. Quebraram. O SUS não pode "sair do mercado". Mas precisa ser gerido antes do caos.
A mídia também, precisa deixar de ser apenas simpática com o povo. Tem que explicar, e não balançar a cabeça ao mostrar as filas nos postos de saúde.

O povo brasileiro pegou muito dinheiro emprestado nos últimos anos, até perceber que a devolução é muito mais cara, que é dificílimo pagar. Assim vai sendo na área da saúde. "As contas não fecham" é discurso de gente responsável, por desesperador que seja. Não para não comprar. Para comprar pra todos, somente na medida do possível.


(Que? Tava de férias!.. Não posso?)

4 de outubro de 2016

Onde Crianças Deveriam Ficar


Hospitalizar ou não? Eis a questão.
Não sei ao certo (só hipotetizo) quais fatores têm levado a um muito menor número de hospitalizações infantis. O fato é que na maioria dos hospitais a ala pediátrica encolheu nas últimas duas décadas.
Um dos fatores foi, com certeza, a diminuição do número de doenças graves que a exigiam. Vacinas, nível de renda, nível educacional, saneamento, atendimento primário são alguns dos contribuintes para isso.
Há outros fatores menos suspeitados, certamente. O próprio desestímulo médico  (ganho) em manter enfermarias cheias. Mas a pressão muito maior por parte de pais que hoje não admitem uma internação que eles próprios enxergam como desnecessária deve ter um papel preponderante (algum tempo atrás, a palavra do médico era lei...).
Descontados estes fatos - ou exatamente por eles próprios - ficamos às vezes na corda bamba com pacientes com patologias "mais ou menos graves", que podem evoluir tanto pra cá (melhora) quanto pra lá (piora, ou até mesmo um eventual óbito). Interná-los, e sofrer com os dardos e setas (desculpa aí, Hamlet!) de agulhas, soros, papais e mamães extremamente angustiados e nervosos (a norma), ou tratá-los em casa, no carinho do lar, com colinho mais aconchegante da poltrona do papai ou da cama da mamãe, sem rostos estranhos e assustadores, sem gritos de quartos vizinhos, sem visitas de seres assustadoramente brancos e pálidos? 
Às vezes precisa. Às vezes precisam ser arduamente convencidos da necessidade. E se mantidos em casa e as coisas vão mal (nem sempre piores do que iriam no ambiente hospitalar), somos com frequência culpados da "má decisão".
Mas é, por outro lado, tão bom perceber a melhora de pequenos pacientes em casa, que é onde crianças deveriam ficar...