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6 de fevereiro de 2015

Troco


O corpo é o sustento da alma (anima). É pra isso que vísceras, músculos, células existem: para criar um meio idealmente ideal para que a mente divague, foque, crie, pense - e até mesmo esqueça.
Políticas públicas de saúde focam no bem-estar físico como única necessidade do homem. Trate  o corpo, que a alma dá um jeito. Políticas baseadas na cabeça masculina, que historicamente negligencia a sua própria cabeça e a dos outros - exceção à parte de fora.
Psicólogos são tão pouco valorizados quanto professores (não por acaso, ambos cuidam da mente). Ao aceitar empregos públicos (principalmente em prefeituras) submetem-se a um salário-miséria, que mal paga seu deslocamento ao trabalho. 
E, ao sentar na cadeira (sofá, um luxo; divãs, "cê tá de brincadeira"?), expõem-se a um circo (no sentido trágico da palavra) de mazelas, medos, misérias, conflitos, carências, angústias, urgências, com influência absolutamente direta na (falta de) saúde do corpo. 
Duram pouco. Demitem-se. Ou se fecham, no que se convenciona chamar de "insensibilidade". 
A psicologia é a filha caçula da filosofia. Filosofia que é a base para nos entendermos (com o risco de nos perdermos de vez), para nos humanizarmos, para que aceitemos ou questionemos o que a vida nos traz de bom, mas principalmente de ruim. Psicólogos poderiam ser definidos como "filósofos com atuação clínica" (ainda que a sua formação venha sendo rapidamente vilipendiada pelos baixos salários, pela qualidade da formação, pela vulgarização, e até mesmo pela Internet, estimuladora de "mentes supérfluas").


Mas claro que isso tudo não vale mais do que um troco.