São tantas as vezes que - erroneamente quase sempre - os pais falam do diagnóstico de "infecção de garganta" (o diagnóstico mais dado "em vão" na Pediatria - tanto que um dia Moisés deveria subir de novo o Sinai só para acrescentar um mandamento: "Não diagnosticai infecção de garganta em vão!", e talvez o seu complemento: "Não dai antibióticos em vão!") que penso que um dia surtarei e sairei cantando (emprestando a melodia do clássico titânico):
"Criança não é só garganta
Criança é garganta e infelicidade
Criança não é só garganta
É infecção nos rins
Com alguma probabilidade
Criança não é só garganta
É ferida no joelho
É em outras partes
Criança não é só garganta
É apendicite
É falta de amor
Criança não é só garganta
É um corpo inteiro
Pro examinador
E aí, visto que é um surto, vem:
"Tu, tu, tu, tu, tutu, tu, tu, tu, tu..."
Garganta? É nada!
Não vá ter um "gasto"!
Antibiótico pra que?
Esse diagnóstico é pra que?
Até ser sacudido por alguém, "Doutor! Doutor! Você está bem? Já pode descer do palco agora!..."