A vacina contra o HPV é impopular, e eu tenho quase a certeza do por que.
É um pouco difícil convencer os pais (e principalmente a mãe, que é quem quase sempre leva à consulta) de uma pré-adolescente que aquela mocinha com cara de inocente ao lado pode, num curto espaço de tempo, estar não só transando, mas possivelmente transando muito, o que a exporia ao vírus causador do câncer de colo uterino.
Bem mais recentemente, a coisa complicou para o médico, que vai ter que botar gelo nas bochechas (senão nas dele, nas dos pais) para explicar a indicação para o rapaz da mesma vacina.
Então vamos lá (ai!), mais ou menos assim:
"Tá vendo esse rapazinho aí do lado (também com carinha inocente)? Pois é, se ele realmente gostar da coisa, em poucos anos vai poder ter colocado sua inocente boquinha em algumas (ou várias, ou muitas!) vagininhas... Essas, potencialmente infectadas pelo papilomavírus, poderão infectá-lo, com alguma chance de ele vir a ter câncer (então principalmente de boca, e até anal, e não somente genital!) no futuro".
Convenhamos: complicado, não?
Também acho.
Some-se as incertezas quanto aos resultados, pois estudos ainda estão em andamento.
Estaremos aceitando sugestões para a abordagem (ou o convencimento)...