Em meio a mais uma barulhenta madrugada de plantão na maternidade local, me ponho a pensar no sentimento que (aparentemente) move alguns bebês que acabaram de "cair no meio desse mundo que respira", segundo as palavras de Shakespeare: raiva!
Não há outro nome para a emoção percebida nessas pequenas criaturas esgoeladas, que aumentam a emissão dos decibéis com a suposta intenção de "causar" - o que na maioria das vezes conseguem, pois é dificílimo para a mamãe (principalmente para a mamãe novata) assistir a cena senão impassível (o que seria ideal como postura para "domar a pequena fera"), pelo menos com alguma compreensão da - digamos assim - normalidade do fato.
Esses bebês choram com toda a força des seus pequenos ventres. Fazem careta. Ficam vermelhos, algumas vezes roxos. E sempre vai ter alguém por perto para pensar "que devem ter alguma coisa"!
Têm. Pelo menos alguma "coisa" têm.
Uma personalidade forte. Tão forte quanto seus pulmões e laringes.