Quando comemos, uma cascata de eventos metabólicos põe-se em marcha. Por horas.
Em questão de minutos a glicemia vai subindo, atinge um pico, vários hormônios ligados à digestão e à saciedade aumentam, apenas para irem descendo em questão de minutos ou horas, assim como a própria glicemia.
Glicemia, metabólitos e hormônios que sobem e descem, de forma coordenada, cíclica, como ondas do mar.
Quando comemos a qualquer hora, sem o devido respeito ao ciclo glicemia-hormônios da digestão (como fazem muitas crianças e adolescentes que passam o dia em casa frente à televisão ou ao computador), os hormônios "pifam" na sua capacidade reguladora de um organismo saudável. As ondas se transformam num mar em tempos de calmaria, com maré cheia.
Criam-se as condições para o desenvolvimento do aumento do colesterol, da insulina, das inflamações, da doença do fígado, etc.
Um estudo com ratos realizado ano passado confirmou todas essas alterações de forma clara: comendo à vontade a mesma quantidade de calorias nas 24 horas, ratos que concentraram essas calorias apenas no período noturno (período da sua maior atividade) desenvolveram muito menos alterações metabólicas e se mantiveram mais ágeis e saudáveis, mesmo com refeições ricas em gorduras.
Mal comparando, é o que acontece com a maioria dos pedreiros: comem abundantemente, mas apenas em determinados horários. Agruras profissionais à parte (pelas dificuldades do esforço diário e dos salários relativamente baixos), são mais saudáveis - metabolicamente falando - que outras categorias profissionais com acesso à comida o dia todo.