Vamos falar (ou escrever) claro:
No nível de conhecimento atual quase que não há mais
nenhuma indicação de retirada cirúrgica de amígdalas por conta das tais
“infecções de garganta de repetição”.
Crianças (ou mesmo adultos) que apresentam infecções de
garganta a toda hora o que precisam é de conhecimento.
Conhecimento:
§ de que em algumas fases da vida as infecções de
garganta podem acontecer de forma mais freqüente (o que não quer dizer que
acontecerão a vida toda)
§ de que infecções de garganta não costumam ser
problemas sérios (ainda que muito incômodos
em alguns momentos)
§ de que alguns fatores (alguns deles controláveis)
são grandes favorecedores de infecções (como o número de “parceiros de beijo”
na adolescência, que faz com que germes estranhos ao organismo sejam
adquiridos, ou como o stress diário no caso de muitos adultos)
§ de que o problema maior (especialmente em
crianças) não são as infecções bacterianas, mas o diagnóstico errado (no caso das inúmeras faringites virais), com
abuso de antibióticos, o que facilita infecções a posteriori.
§ de que a retirada das amígdalas não resolvem os
problemas acima (paciente sem amígdalas ainda têm faringe – Ih, é bom nem dar
idéia!)
As cirurgias de amígdalas ainda hoje têm sido um grande
ganha-pão (nesse caso, ganha-a-padaria-toda!) dos otorrinolaringologistas, que
amiúde prescrevem antibióticos a torto e a direita, ajudam a criar germes
resistentes na mesma população que depois eles mesmos vão indicar cirurgia
(para eles mesmos operarem! é ou não é um grande negócio?).