Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

10 de maio de 2013

Quartos Vazios



Até os idos de 1800 e pouco (segundos, em termos de história da humanidade) a morte de uma criança, acredite, significava pouco.
Muitos são os relatos históricos interessantes.
O papa João Paulo II, por exemplo, teve outros três irmãos com o mesmo nome que ele que não "vingaram". Morreram nos primeiros meses ou anos de vida. Tal era a facilidade de morrerem, que os pais, por homenagem, por insistência ou talvez por "preguiça" de achar outro nome que agradasse, davam o nome do(s) filho(s) anteriormente falecido(s).
O famoso "rei-Sol", Luis XIV da França, apaixonou-se perdidamente pela criada responsável pela criação de seus filhos ilegítimos quando esta anunciou emocionada que um deles estava muito doente (emocionar-se pela morte de uma criança que não era sua era hors-commun).
Hoje, nas sociedades mais civilizadas (ou mais exatamente menos pobres) a morte infantil vem se tornando uma quase raridade.
Pode parecer que não haja relação (afinal, cada vida é e sempre deve ter sido muito especial), mas a raridade do evento o tornou muito, mas muito mais temido.
Pais do passado não temiam doenças graves da mesma forma que hoje.
Hoje são fantasmas, relativamente distantes para a maioria.
Antes eram quartos vazios.