Pense no músculo do coração (ou no próprio coração, pois ele é basicamente um grande músculo) como uma
área urbana de trânsito pesado.
Quando o trânsito engarrafa nas vias principais, os
veículos dirigem-se às vias alternativas.
Nos ramos das artérias coronárias (que irrigam o coração),
quando o “trânsito” (o fluxo sangüíneo) ameaça “engarrafar” (estreitamento por
arteriosclerose) também abrem-se vias alternativas (a chamada circulação
colateral) que, nas pessoas de mais idade e fisicamente ativas, suprem as
necessidades de funcionamento do músculo.
Nas fisicamente ativas!
Porque em pessoas inativas
não há estímulo para as vias colaterais se
abrirem (o exercício é um efetivo simulador das condições que levariam ao
infarto do miocárdio, como as emoções fortes, o esforço físico súbito, mudanças
bruscas de temperatura, etc.).
Daí a presença do infarto em idades precoces em sujeitos
inativos, obesos ou não.
Daí também a evolução fatal mais comum em pessoas
relativamente jovens inativas do que em idosos ativos, onde as vias colaterais
já costumam estar mais estabelecidas.