Procure por assunto (ex.: vacinas, febre, etc.) no ícone da "lupinha" no canto superior esquerdo

24 de julho de 2012

Em Ponta de Faca


O que acontece com o ibuprofeno é daqueles casos de marketing bem feito. Mais ou menos como continuar vendendo cigarro pra quem sabe que faz mal pra saúde, mas... “aquela fumacinha dentro da gente é tão boa!...”
Porque para os médicos é como se quase todos tivessem “esquecido” da fórmula química (“É um antiinflamatório! Tem os mesmos riscos que os dos outros antiinflamatórios? Não sabia!...”).
Porque pros pacientes é “a novidade que pegou”.
Principalmente porque os pais estão sempre meio insatisfeitos com os efeitos “fracos”, insuficientes, do paracetamol.
E também porque a velha dipirona sempre sofreu dum preconceito injustificado – embora tenha salvado e ainda salve muitas famílias de apertos com febre e dor (mas é remédio, e como todo remédio...).
Então fica parecendo que essa “novidade” (da última década, aqui pra nós) é uma maravilha.
Não é. Não deve ser demonizada. Funciona bem pra algumas coisas como dores de causa ortopédica ou reumatológica – como, aliás, a maioria dos antiinflamatórios – alguns casos mais resistentes de enxaqueca em criança, e pouca coisa a mais.
Não se deve dar pra bebês. Não se deve dar para quem tem problemas respiratórios como asma ou “bronquites”. Deve se ter precaução com efeitos adversos gástricos. Pode excepcionalmente dar alguma “zebra” como problemas renais. E por aí vai...
Meu ranking?
1) paracetamol: mais seguro, experiência clínica mais longa, pode ser usado até a cada 4 horas em prazos curtos.
2) dipirona: já expliquei aqui essa questão do preconceito com ela, mais efetiva em febres mais altas

Mais eu sei que vou tomar cacetada (difícil concorrer com as táticas da indústria farmacêutica)!