De novo, como todo ano, aqui estão os grandes temores em
relação à gripe A.
E de novo, muito “plantados” pelo excesso de informação –
ou por variadíssimos interesses.
Os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (sobre a
pandemia de 2009, pois os dados levam tempo para serem coletados e analisados)
nos permitem pensar mais além dos números:
65% das mortes pela gripe A foram em pessoas dos 18 aos 64
anos, 13% acima dos 65 anos.
Sobraram: 22% para os menores de 18 anos (que não são todos exatamente crianças).
A grande maioria dos óbitos estimados foram (como era de
se esperar) em países das más condições higiênico-sanitárias, África e Ásia.
O total de mortes foi “jogado para cima” pelo pessoal da
OMS (“apenas” 15 vezes mais, lembrando que são dados de estimativa, e não de
confirmação laboratorial).
Que total é esse?
Na pior das hipóteses, em torno de 500.000 (meio milhão),
no mundo todo (melhor hipótese: 150.000, veja a enorme diferença!).
Só para comparar, mortes por acidentes de carro, no mesmo
ano de 2009: 1.200.000.
Agora, jogando com os números (apenas para efeito de
raciocínio):
Ainda, na pior das hipóteses:
Total de mortes por continente: 100.000 (mas lembre que é
bem desigual, com grande predominância de África e Ásia).
Na América do Sul, se assumíssemos metade dos óbitos de
todo o continente: 50.000, para o Brasil.
20% dos casos em menores de 18 anos: 10.000
Número de municípios brasileiros: ± 5.000
Total por município (é claro que a distribuição é desigual,
mas...): cerca de 2 óbitos em indivíduos abaixo dos 18 anos por município por
ano!
Alguma novidade? (lembrando sempre que as estimativas são
as mais pessimistas possíveis)
Então:
Corramos, apavoremo-nos, fechemos (ou abramos, não sei) as
janelas, e principalmente:
Vacinemos todos as nossas crianças – não deixando de bater
três vezes na madeira!