“Não acredito em nada que eu não possa pegar. Não acredito na Juliana Paes, por exemplo”.
Luis Fernando Veríssimo
(na versão original, Luiza Brunet, um pouco passadinha agora)
Há um crescente paradoxo acontecendo nos últimos tempos no consultório pediátrico, angustiante para os profissionais:
Quanto mais os pais exigem diagnósticos “palpáveis” dos seus filhos (aqueles que se pode provar por exames, quer sejam exames de laboratório ou radiológicos) menos eles existem atualmente, proporcionalmente falando.
Com os progressos em termos de conhecimento sobre saúde, nas condições sanitárias, nas vacinas, no tempo de aleitamento materno, na prevenção de acidentes e na facilidade de acesso a locais de atendimento, as doenças “que se mostram” vão perdendo muito terreno para sintomas de causa preponderantemente emocional, estas últimas difíceis de serem comprovadas.
E aí o fato curioso. Exames se mostram normais, “mas não é possível, deve haver alguma coisa, não seria isso ou não seria aquilo, ouvi falar de uma criança que aparentemente não tinha nada, depois se descobriu que...”
Então: mesmo quando os fatos, conflitos, temores, angústias, abandonos e tudo o mais estão “na cara” há muita resistência na aceitação de algo que envolve mudanças de postura, reconhecimentos, insights, acordos, respeito.
Cadê o remedinho, a “chapa”, a alteração nos números do papel do exame?
Comentários?
Luis Fernando Veríssimo
(na versão original, Luiza Brunet, um pouco passadinha agora)
Há um crescente paradoxo acontecendo nos últimos tempos no consultório pediátrico, angustiante para os profissionais:
Quanto mais os pais exigem diagnósticos “palpáveis” dos seus filhos (aqueles que se pode provar por exames, quer sejam exames de laboratório ou radiológicos) menos eles existem atualmente, proporcionalmente falando.
Com os progressos em termos de conhecimento sobre saúde, nas condições sanitárias, nas vacinas, no tempo de aleitamento materno, na prevenção de acidentes e na facilidade de acesso a locais de atendimento, as doenças “que se mostram” vão perdendo muito terreno para sintomas de causa preponderantemente emocional, estas últimas difíceis de serem comprovadas.
E aí o fato curioso. Exames se mostram normais, “mas não é possível, deve haver alguma coisa, não seria isso ou não seria aquilo, ouvi falar de uma criança que aparentemente não tinha nada, depois se descobriu que...”
Então: mesmo quando os fatos, conflitos, temores, angústias, abandonos e tudo o mais estão “na cara” há muita resistência na aceitação de algo que envolve mudanças de postura, reconhecimentos, insights, acordos, respeito.
Cadê o remedinho, a “chapa”, a alteração nos números do papel do exame?
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