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27 de janeiro de 2012

Navio que Chega Não Gera Filme

Nos últimos dias, a pergunta que o pediatra anda fazendo para mães apavoradas com tudo que aparece – ou possa aparecer – nos seus queridos filhos é:
- Você faria hoje planos para um cruzeiro marítimo?
A resposta da maioria continua sendo “Sim”, independente da visão do Costa Concordia abandonado, à deriva na costa mediterrânea, ainda bem presente na memória.
Cruzeiro marítimo é questão de gosto. É, como disse o Jabor, uma manifestação careta de novo-riquismo.
Mas não vai ser a notícia de um acidente, nem a lembrança do filme Titanic que vai paralisar as pessoas. O que mais vai continuar pesando nas decisões de se viajar ou não ainda vão ser o bolso e a disposição de ficar enfurnado num prédio-condomínio aquático.
Assim também a lembrança de desfechos fatais nas doenças dos outros não deve nos fazer pensar em correr para o P.A. mais próximo ao mínimo “Atchim”.
Mas é quase inevitável para muita gente: A pneumonia que matou a prima do vizinho. A infecção urinária que só foi descoberta quando já era tarde. A doença neurológica rara daquela criança que apareceu no Ratinho.
Acontecem.
Mas são Costas Concórdias. Dão notícia justamente porque afundam.

Falando nisso:
Vendo o noticiário sobre a polêmica da soberania das ilhas Malvinas, o filho pergunta pro pai, que supostamente sabe tudo:
-Pai, o que que significa “Falklands”?
- Terra dos Falcões, filho. Mas... não espalha, tá?