Há pouco assunto que gere tanto debate acalorado quanto a liberação da “pílula do dia seguinte” para adolescentes.
É o assunto do editorial do NEJM (New England Journal of Medicine) da semana passada.
O que está ficando claro tanto para os americanos quanto para o resto do mundo é que não basta dizer: “Olha, moçada, podem transar tranqüilos. Após a diversão, basta tomar essa pilulazinha – gratuita ou não, outro ponto polêmico – que não haverá perigo de uma gravidez indesejada”.
Bom, começa que o termo “gravidez indesejada” para a população que se busca primordialmente atingir gera a pergunta-resposta: “Hein?”, tal o nível sócio-educacional da turma que têm engravidado cedo pelo mundo afora.*
Depois, essa dose mágica de hormônio estrogênico tem efeito muito limitado. Diminui o efeito quanto mais se usa e quanto maior a demora na administração de cada dose.
Além disso – como bem relatou um leitor do jornal em questão na seção “comentários” – para cada 40 mulheres que se utilizem da pílula, haveria uma gravidez a menos (então, metade do risco: 1 gravidez em 20 relações desprotegidas sem o uso da pílula). Vale a pena?
Aparentemente vale, dada a importância duma gravidez indesejada (maternidade compulsória, termo que tem sido utilizado agora).
O grande problema (na minha sempre modesta opinião) é que, ao se facilitar o acesso à “mágica” do dia seguinte, provavelmente estimularemos menos cuidados “ortodoxos” (como o uso diário do anticoncepcional, uso de métodos de barreira ou simplesmente escolha mais criteriosa de parceiros).
Como se vê, (literalmente?) o buraco sempre é mais embaixo...
* O estrondoso sucesso – agora mundial - do “Ai, se eu te pego” mostra bem onde nós estamos com a maioria.
É o assunto do editorial do NEJM (New England Journal of Medicine) da semana passada.
O que está ficando claro tanto para os americanos quanto para o resto do mundo é que não basta dizer: “Olha, moçada, podem transar tranqüilos. Após a diversão, basta tomar essa pilulazinha – gratuita ou não, outro ponto polêmico – que não haverá perigo de uma gravidez indesejada”.
Bom, começa que o termo “gravidez indesejada” para a população que se busca primordialmente atingir gera a pergunta-resposta: “Hein?”, tal o nível sócio-educacional da turma que têm engravidado cedo pelo mundo afora.*
Depois, essa dose mágica de hormônio estrogênico tem efeito muito limitado. Diminui o efeito quanto mais se usa e quanto maior a demora na administração de cada dose.
Além disso – como bem relatou um leitor do jornal em questão na seção “comentários” – para cada 40 mulheres que se utilizem da pílula, haveria uma gravidez a menos (então, metade do risco: 1 gravidez em 20 relações desprotegidas sem o uso da pílula). Vale a pena?
Aparentemente vale, dada a importância duma gravidez indesejada (maternidade compulsória, termo que tem sido utilizado agora).
O grande problema (na minha sempre modesta opinião) é que, ao se facilitar o acesso à “mágica” do dia seguinte, provavelmente estimularemos menos cuidados “ortodoxos” (como o uso diário do anticoncepcional, uso de métodos de barreira ou simplesmente escolha mais criteriosa de parceiros).
Como se vê, (literalmente?) o buraco sempre é mais embaixo...
* O estrondoso sucesso – agora mundial - do “Ai, se eu te pego” mostra bem onde nós estamos com a maioria.