Sem dúvida o acontecimento pop do ano passado foi a morte de Michael Jackson.
Um artista perfeccionista ao extremo, infatigável.
Fadiga. Morte.
Dois processos que acontecem o tempo todo em organismos vivos (a nível celular, bioquímico).
Ninguém consegue vencê-los. Quando muito, retardá-los. E apenas da maneira mais prosaica, mais antiga – e, sobretudo, menos comercial: com o repouso da “máquina”, deixando que ela recobre seu estado pré-fadiga.
O resto é loucura. O resto é realmente comércio.
Dietas, vitaminas, exercícios, massagens, câmaras hiperbáricas servem para movimentar uma economia baseada nas nossas angústias de finitude e decrepitude.
Michael Jackson não era Peter Pan, embora não quisesse acreditar nisso. Também cansava. Também fatigava. E também morria, ainda que afirmasse que com ele isso não ia acontecer (e não é que quase chegamos a pensar que não ia mesmo?).
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