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6 de setembro de 2019

Goiabinha



Um estudo chegado agora na prestigiosa revista Science já chega com cara de anacrônico.
Pesquisadores "aproveitaram" os enormes bancos de dados genéticos atuais para responder a uma pergunta que pouca gente hoje se faz:
O comportamento homossexual tem base genética?
Pouca gente, mesmo iletrada, ainda imagina que tenha.
E foi o que a enorme pesquisa - com meio milhão de pessoas, o provável único trunfo da pesquisa, mas que pode também ser seu ponto fraco - confirmou.
Ainda precisa? Joga alguma luz no comportamento sexual das pessoas? E mais: ainda é necessária, atual, correta, a distinção de certos comportamentos, incluídos os sexuais? Não é mais ou menos como buscar uma identificação genética para pessoas que comem "goiabinha" (o biscoito, nenhum merchandising intencional), porque quem a come pode ter goiabinha disponível na vendinha próxima de casa, pode gostar da cor do pacote, pode gostar do cheiro do biscoito, pode não ter nada melhor pra fazer do que comer goiabinha, pode ter sido influenciado pelos familiares, pode seguir uma tradição local, pode estar enjoado de Maizena, pode ter sido obrigado a comer goiabinha, pode ter tido algum trauma em relação a outros biscoitos, pode ter se empanturrado de goiabinha pela desilusão com o suspiro, pode ter comido goiabinha porque estava bêbado... E pode estar comendo goiabinha sem que ninguém saiba do fato (estaria então ocultando, ou mentindo). Nada disso tem a ver com a genética. Nada disso pede a realização de uma análise de banco de dados genéticos. 

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