Mães costumam comparar o comportamento dos seus filhos recém-nascidos com as maiores ou menores atribulações da gravidez.
E estão corretas.
Uma meta-análise (compilação de estudos) recém-publicada na revista Nature mostra que, em qualquer espécie que se olhe, o que se vê é que o estresse materno na gravidez aumenta grandemente a chance de que sua prole seja afetada por um maior (e permanente!) nível de hormônios do estresse, como o cortisol.
Sempre foi, segundo explicam, parte de uma malévola estratégia de sobrevivência das espécies: ambientes hostis geram filhotes com mais curta duração de vida, cuja única "preocupação" é reproduzir (mais cedo) e, após, estar pronto para morrer.
O que é bom para as espécies é, claro, péssimo para o indivíduo. Uma vida toda lutando (com problemas de saúde como a hipertensão, a glicemia mais elevada, a ansiedade) contra os efeitos herdados de um estresse que nem era originariamente seu!