Se você quiser, meio que pode não vacinar seu filho. Claro, vai ter muita aporrinhação se decidir não fazê-lo. No Brasil, especialmente.
Talvez tenha até que recorrer à justiça. Mas a questão não é essa.
Se você estivesse sentado do meu lado em um consultório há cerca de 30 anos atrás (falo 30 porque é até onde vou, poderia ser 40 ou 50, que a coisa só faria piorar ainda mais) veria porque não faz o menor sentido discutir sobre se vacina ou não o seu filho.
Pode até (e aí me associo com você) discutir sobre uma ou outra, e até mesmo pensar em nem fazer uma ou outra (a BCG é o caso clássico de vacina feita em poucos países ditos civilizados).
Mas pega apenas um exemplo. Pólio. Se você tem menos de 50 anos não pode nem imaginar o pânico que era viver sob a ameaça dessa terrível doença. Gente morria muito jovem. Gente ficava incapacitada já na infância. Mas principalmente as pessoas entravam em desespero em pensar em estar do lado de alguém que pudesse contaminá-los ou à algum membro da sua família (o livro Nêmesis, do escritor Philip Roth retrata muito bem as vidas associadas à essa tragédia).
Nos Estados Unidos (que é de quem importamos muitas modinhas) essa é uma discussão muito acesa. Pais dão os mais variados argumentos para escapar da vacinação. Inclusive o da liberdade. Certo. Você é (aparentemente) livre. Inclusive para fazer renascer certos flagelos que pareciam definitivamente enterrados. Só porque quer. Por nenhum outro motivo válido.