A foto no circulozinho do Whatsapp era pra ser apenas uma maneira de identificar você. Pra que alguém que receba uma mensagem identifique qual dos 22 Joões dos contatos está escrevendo. E ponto.
Mas virou uma arte.
E uma maneira indireta de perceber como "funciona" a pessoa - e a sua relação com a família.
Mamães supermães e papais superpais não deixam de incluir seus filhos nas fotos que -teoricamente - não são co-proprietários do celular (dificilmente você vai ver alguém perguntando "Posso falar com esse menino montado no cavalo de pau no canto da foto?"). E, curiosamente, muitas mamães e papais escolhem um(a) filho(a) para posar na foto, esquecendo o resto da prole. Talvez pelo fato de que quem tenta colocar todo mundo fica parecendo afogado em redemoinho, um monte de gente entronchado em um buraco.
Tem gente que se esconde, e deixa sem foto, por timidez, modéstia ou para poupar os olhos dos outros (isso quando não são criminosos, que precisam mesmo se esconder).
Tem gente - normalmente adolescente - que a cada diálogo aparece com uma foto diferente, possivelmente para dar a impressão que se trata de um filme. É a fase da auto-afirmação e da dúvida ("Qual desses sou eu?").
Tem outros que se produzem tanto, mas tanto, que você jura que não é ele(a), mas um ator (atriz) de Hollywood.
Alguns se disfarçam, eletronicamente. Outros põem um quase-nudes. Outros põem objetos preferidos, como uma bicicleta ou uma Ferrari, própria ou apenas fotografada. Outros, ainda, põem desenhos (caricaturas suas ou, por exemplo, estrelas do Pokemón). Times são uma constante nos homens. Mulheres, às vezes, põem os gatos de Hollywood, o que gera alguma confusão ("Bradley Cooper me mandando zap?").
Isso tudo no espaço de um pequeno círculo. Tá na hora de os donos repensarem esse espaço. E quando repensarem, royalties para o Olho Pimpolho!