A gravidez indesejada na adolescente de uma certa forma interrompe o futuro da futura mamãe.
Assumirá outro papel (o de mãe, não mais o de filha) cedo demais.
E depois poderá parecer lindo no olhar retrospectivo, mas é sempre um baque. É quase sempre um drama. Pelo menos um pequeno drama.
Não engravidar não significa não fazer sexo. Não significa não falar de sexo. Muito pelo contrário. Pais abertos à questão - sem atropelos, sem grandes exageros - têm a força de um contraceptivo.
Na hora do "vamos ver" não é hora de pensar nisso. Nem quando já se está em "relações firmes" (como se costumava dizer), ou naquela hora em que a balança das opiniões pende muito mais para o lado dos amigos do que dos pais.
Nos últimos anos, no entanto, percebo alguma melhora. Já não são tantas as adolescentes vistas na maternidade. Não é certamente por um moralismo maior. Ou por convicções religiosas. Pode muito bem ser que o fenômeno seja inverso.
Talvez a maior liberdade, um certo "descontrole" esteja gerando meninas mais ligadas, menos inocentes, menos "bobinhas", que não estejam sendo "pegas de surpresa" por uma gravidez. Talvez até tenham menos "vontade", no sentido de que o sexo não seja mais encarado como algo tão misterioso, tão sagrado, tão interessante porque tão proibido.
Sei lá. São teorias. O tempo dirá quais são os motivos.