Não importa o que se pense, não importa o que se diga, não há motivos válidos pra se usar medicações ditas anti-inflamatórios em crianças. Quase nunca. Talvez com únicas exceções de dores de causa ortopédica - e ainda assim, por menor período possível.
Assim como o botar o bracinho pra fora da janela do carro já foi um "modismo" (muito burrinho, e de uma época de trânsito mais inocente) que foi desaparecendo pela educação, pela percepção dos riscos , e porque foi se transformando em algo (vamos dizer assim) "jacú", mas que com o passar do tempo foi voltando a acontecer nas gerações mais novas (que vão ter que reaprender que é arriscado, além de sinal de jacuzice), no caso dos anti-inflamatórios as novas gerações terão que reaprender que fazem mais mal do que bem, que não têm capacidade de influir de forma importante na evolução de inflamações de causa viral (faringites, otites, sinusites, etc., para as quais têm sido novamente - mal - pensados), que nos casos de infecções bacterianas muito menos (pois aí são os antibióticos que fazem o efeito anti-inflamatório, e não os próprios), que têm uma gama muito grande de efeitos colaterais, alguns dos quais pouco aparentes até que se tornem grandes problemas (algumas vezes mesmo em usos de muito curto prazo), que seu uso é fruto de um raciocínio muito básico - mas errôneo - de que "onde há inflamação, necessita-se de um... anti-inflamatório!" (de novo, óbvio!.. e errado, visto que o tempo é o melhor remédio - e o mais natural, e o isento de efeitos colaterais, e o que permite ao órgão inflamado de se auto-reorganizar, enquanto se usa o mais benigno analgésico para a dor).