Li o título em algum blog médico recente:
"Por que a maioria dos exames médicos para na altura do umbigo?"
Não li a matéria. Mas fiquei pensando.
No caso do exame infantil, há algumas peculiaridades nesse sentido.
Bebês não mandam em nada (coitados!): pelados todos, sem exceção.
A partir de uma certa idade, entram em cena os tabus, vergonhas, constrangimentos, etc.
Aí, temos que ter precauções.
Muitas crianças já pequenas odeiam que se examine seus genitais. Pelos mais variados motivos. Um prosaico é o raciocínio: "me baixam as calças, lá vem agulha!" Mas muitas vezes o pudor já está arraigado nas suas cabecinhas. Temos que respeitar. Eu, muitas vezes, abro mão, quando não me parece essencial, pois já temos que barganhar outros pontos para não perder a amizade do pequeno paciente (como usar um palito para ver a garganta, por exemplo).
Já passei pela situação embaraçosa de, após ter examinado genitais despreocupadamente de uma menina de cerca de 7-8 anos, essa ter descido chutando cadeiras de "revolta"! (acho que não a preparei o suficiente...).
Em muitas situações, explicamos para os pais os motivos de precisar fazê-lo ou da não necessidade de fazê-lo. E curiosamente, muitas vezes são os próprios pais a se mostrarem constrangidos com o exame dos genitais ou região anal dos filhos. Também cada qual com seus motivos.
Claro que em toda essa discussão também se escondem preocupações com condutas mal intencionadas por parte de médicos amplamente divulgadas na imprensa quando estes atos são suspeitados ou descobertos, o que contribui para um certo mal estar de todos os outros (que passam a ser sempre "possíveis suspeitos").