Três mesas.
Três histórias verídicas (em que não firo a ética por contar o milagre livrando a cara dos santos):
Primeira mesa:
Napoli, sul da Itália, um restaurante badalado à beira do Mediterrâneo.
À mesa, cerca de 12 jovens, de ambos os sexos, número apostólico, jovens na faixa dos 17 aos 22, 23 anos.
Pra comer: saladas, pães, azeitonas, pizza...
Pra beber?
Água. Um ou outro refrigerante, mas sobretudo água, durante toda a refeição.
Coquetel, vinho, cerveja?
Não, água.
Animados, educados, curtidores bebedores de água.
Iriam beber o resto da noite, por isso estavam se poupando? Não sei, não os segui.
Um grupo religioso, com propósitos abstêmios? Improvável, mas não posso afirmar.
Ainda há esperança...
Segunda mesa:
Curitiba, início da tarde, também do sábado.
Uma lanchonete-restaurante da área mais abastada da cidade.
Três bonitas moças, corpos bonitos, roupas sexy, na faixa dos 20 e poucos anos (mas, especialmente de uma delas, um rosto meio precocemente envelhecido) entram.
Sentam à mesa, agitadas.
Conversam alto, como quem quer ser ouvido.
Um só assunto: truques para se manterem ou ficarem ainda mais sexy e bonitas.
Os métodos vão de novos medicamentos para asma (os quais aparentemente estão usando), passando por hormônio de crescimento, até métodos cirúrgicos os mais variados.
São muitas, intermináveis as maneiras de se conseguir um corpo perfeito.
O que pediram (hora de almoço)?
Sucos detox. As três. E mais nada.
Terceira mesa:
Refeitório do hospital do Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, há quase três décadas.
Três médicos, na faixa dos 30 e poucos anos, um deles com cara de machão, bigode grosso, monopolizando a conversa.
Só ouço esse, falando alto, quando diz:
"Esses homossexuais (foi outro o termo), pego (também outro o termo) todos!"
Então tá!...