É sempre um tema extremamente complicado, mas que cedo ou tarde a maioria de nós vai ter que se confrontar, e é melhor estar minimamente preparado.
Na Suíça e em países próximos como a Bélgica a questão de se pôr fim à vida que insiste em não terminar sozinha tem sido cada vez mais debatida.
É um debate mais de sociedades ricas, que de alguma maneira vamos nos aproximando.
Pessoas idosas com vários tipos de incapacidade (cegueira, surdez, dificuldade de mobilização, etc.), muitas vezes somadas, se insistem em "sair de cena" têm como única resposta ouvidos moucos de parentes e/ou cuidadores, o que é muito compreensível por parte de um ser humano.
É muita insensibilidade ajudar alguém a pôr fim à vida? Pode ser da mesma forma fazer de conta que tudo está muito bem.
Com o risco enorme de se banalizar tais decisões, precisaremos evoluir para métodos menos doloridos do que o "deixe que eu faço sozinho", quase sempre muito mais desagradável para todos os envolvidos.
Decidido sobre adultos, idosos, vividos, outro debate ainda mais doloroso se imporá: a criança incurável, com doenças que impõem tremendos sofrimentos.
Num ótimo debate da TV suíça sobre o assunto, o cartunista tratou toda essa questão simplificando e fazendo rir um pouco. Dois túmulos lado a lado, em que de um deles um sujeito morto fala: "eu escolhi a morte assistida", e o outro: "eu decidi ir até o fim!". Parabéns para ambos... E parabéns ao cartunista.
Mas que essas coisas têm muito pouca graça, lá isso têm.
* O erro de português do título é proposital (diferente de outros aqui frequentes), de novo somente um jogo de palavras. Precisamos hoje esclarecer: "olha gente, vou contar uma piada!", para não sermos trucidados, como bem lembra o jornalista José Trajano, da ESPN Brasil.