Os indícios clínicos de uma infecção importante em fase inicial numa criança são sempre uma combinação de fatores: idade, estado da saúde prévio à doença, agressividade do germe, tempo de amamentação, uso
frequente de antibióticos, prematuridade, clima, etc., tudo influencia para se pensar em alguma doença mais ou menos séria.
E todos esses fatores devem ser levados em consideração na tomada de decisões, do exame ao início dos antibióticos.
Como se deduz, não é - ou não deve ser - uma decisão leviana.
Um dos fatores menos explicáveis é o "cheiro de infecção".
Não o comumente entendido como tal, aquele cheiro real de infecções purulentas por determinados germes, por exemplo, mas o "cheiro" metafórico, aquela impressão (que, claro, pode estar errada) de algo que o médico já viu evoluir mal em outro paciente, da somatória de alguns dados mais ou menos mensuráveis (o valor da temperatura e o estado geral são evidentes, mas há, às vezes, um "jeitão" de infecção nem sempre tão mensurável).
O adiamento das decisões pode ser perigoso, mas pode também ser muito bem-vindo, ainda que cause ansiedades (desde que se possa rever o paciente em curtos prazos). Evita custos e sofrimentos com exames, por vezes desnecessários.