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11 de setembro de 2015

An Amazing World Out There


Quando o recém-nato bebê põe a cabeça para fora do canal vaginal materno, um mundo inteiro o aguarda (cada vez mais ansiosamente) cá fora.
Hoje há câmeras, flashs, filmagens, recados através do celular já na sala de parto, selfies... "Chora um pouquinho pra vovó ouvir!", pedem os pais com o smart na boquinha da criança.
E o pobre coitado tem, naturalmente, que corresponder às expectativas. Ai dele se não corresponder!
Alguém que nasça avesso a multidões, mais lerdo nas suas progressões, que não curta barulho, bagunça, mídia, já nasce em sérias dificuldades.
Ao avançarmos um pouco no tempo (FF no controle remoto) vemos essa figurinha sendo olhada com preconceitos, incertezas, diagnósticos: "É normal?", "Não dorme!", "É agitado, irritado", "Chora demais", "Reclamão", "Egoísta!", e o popular: "Não dá pra fazer uma tomografia?".
Nenhuma relação de uma coisa com outra...

O genial cartunista Henfil uma vez desenhou sua graúna (pássaro-personagem) com a portinha da gaiola aberta (sugerindo que estava livre para fugir) se segurando nas grades com cara aterrorizada, como quem dissesse: "Me deixa ficar aqui dentro, por favor!". 
Assim, às vezes, imagino o recém-nascido.