Anteontem comemorou-se mais um Dia Internacional da Mulher.
Que para nossa parte do planeta poderia estar se tornando uma data quase simbólica: ainda somos minoria no que diz respeito a uma vida relativamente decente nas diferenças de gênero (mas, claro, sempre há melhorias a se fazer).
Dia da Mulher deve ser como dia do Ar, dia da Água, dia da Importância Óbvia das Coisas.
Deveria ser, então, um dia apenas de lembrança das injustiças, opressões, desigualdades passadas.
Homens reclamam hoje seu direito. E já há situações em que se vêem marginalizados, pela ascensão das mulheres, por perceberem que onde elas tomam conta a conversa é diferente - até porque tem conversa!
Mas o que eu queria ver homenageada não é propriamente a Mulher, mas sim a Feminilidade.
Essa já está fazendo falta.
Não é a fragilidade física ou emocional. É a inteligência, a intuição, a admissão das fraquezas (o que as torna fortes). É a capacidade de agrupar, de compreender (quando o homem já partiu para a agressão há muito tempo). É a fala mansa e (por que não?) sensual. É o afago. É a esperteza à décima potência. É o olhar de quem deu a luz à tudo o que está aí - ainda que na educação se tenha cometido falhas.
Não há avanço que valha o desprezo, o cancelamento da feminilidade. Sem ela se chega mais perto da almejada igualdade. Mas o mundo fica triste, árido. "Macho". E desumano.