Há uma idéia corrente de que um jovem que se descobre com diabete tipo 2 terá mais chances de uma vida longa (ou, para ser mais exato, menor chance de uma vida curta) do que aquele com diabete tipo 1.
Isso se deve em parte (e principalmente) porque a diabete tipo 1 passa a noção de "insulina zero": o paciente inicia o tratamento com insulina desde o primeiro dia sem discussão, visto que seu pâncreas praticamente parou de funcionar.
No caso do diabete tipo 2 (geralmente ligada à obesidade ou aos maus hábitos da mesa e do sofá, mas também à genética) a aparente reversibilidade da situação ("é só se mexer mais e comer menos, moleza!") faz com que pais e demais envolvidos procrastinem nas necessárias mudanças.
E aí, os problemas aparecem.
Um longo estudo recente (bom porque longo, comparando a evolução de jovens por mais de 30 anos com as duas condições) mostrou que nos diabéticos tipo 2 a mortalidade é maior (quase o dobro), em alguns casos em indivíduos com menos de 30 anos!
Além disso, nesse grupo vários fatores de risco cardiovasculares, renais e oftalmológicos já estavam presentes bem antes do jovem se descobrir diabético (a diabete seria a cereja no amargo bolo dos riscos metabólicos).
O que nos leva ao velho problema da atuação prévia ao estouro da bomba, ainda quando o pavio está crepitando.