Um dos princípios médicos (princípio criado por quem? ensinado por quem? escrito onde? não sei, só sei que básico no exercício médico) hoje mais esquecido é o do primum non nocere.
Expressão em latim, que significa mais ou menos: antes de tudo, não causar (mais) danos.
Hipócrates, no seu juramento, talvez prevendo (ou observando) as pataquadas, botou a frase lá.
O nocere (dano, mal) aqui diz respeito à todo ato médico, desde procedimentos, exames, cirurgias até o que se fala ao paciente.
Primum non nocere, então, na intenção de se fazer o bem.
Primum non nocere achando que se está fazendo o bem.
Primum non nocere porque se aprendeu que o nocere é um meio que justifica o fim.
Primum non nocere com protocolos malvados, cegos, que não levam o humano, a vontade, a recusa, o medo e até mesmo a dor em consideração.
Normas, protocolos, recomendações devem (deveriam) ser interpretados e postos em prática de acordo com cada situação. Não há tabela, normograma, gráfico possível de ser criado por computador que valha mais que o julgamento, a experiência, o bom senso profissional.
Qual é a disciplina médica que põe isso acima das outras considerações?