O antigo recente problema reumático mais frequente em crianças, a febre reumática, vem deixando de ser um problema (há cerca de 2-3 décadas, por isso "antigo recente").
E os arautos do uso do antibiótico para qualquer espirro dão o mérito para eles, os antibióticos.
Pode até parecer, visto que a febre reumática é ocasionada por um tilt, uma falha no sistema imunológico do doente, cujos anticorpos "trocam as bolas" no interpretar tecidos do próprio organismo (como parte das cartilagens das articulações, daí os sintomas) como inimigos, após uma mera infecção bacteriana da garganta (amidalite).
Então. Parece, mas não é.
Estudos mostram que o que faz diferença é a melhoria na qualidade de vida da população. Melhorias sanitárias, por exemplo.
Além disso, a virulência (a "brabeza" do germe) diminuiu nesse período, por razões ainda ignoradas. E aí nada impede que em algum momento (principalmente se a qualidade de vida volta a piorar) o germe, o estreptococo, volte a ficar agressivo, virulento.
Por que - pra você que é novinho(a) - a febre reumática preocupava (preocupa) tanto? Porque além de afetar as juntas (articulações), um efeito importante mas reversível, afetava também o coração - principalmente as válvulas cardíacas - a cardite reumática, às vezes irreversível.
(De novo, pra você que é novinho, a febre reumática é aquela doença em que a criança, uma vez afetada, tem que tomar uma Benzetacil a cada 2 a 3 semanas para evitar o reaparecimento da doença)
* Esse termo propositalmente errado (reumatismo) sempre foi associado à febre reumática. Mas existe, sim, o "reumatismo da criança" (a artrite idiopática da infância, ou artrite reumatóide juvenil, com características mais parecidas ao reumatismo - artrite reumatóide - do adulto, pouco frequente e de difícil diagnóstico).