Imagine que, um belo dia, você acordou com uma bolota vermelha no nariz.
Foi, então, imediatamente ao seu otorrino de confiança, que a retirou prontamente.
Passados mais alguns dias, nova bolota vermelha. Só que no joelho.
Marcou uma consulta com o ortopedista que, após a tomografia de praxe, fez a retirada da bolota.
Uma semana depois, bolota! Vermelha! Onde? No abdome, por dentro.
Cirurgião: achou duas das tais bolotas, sendo que uma colada no rim. Retirou-as e o encaminhou para um nefrologista.
O nefrologista, entre outras coisas, achou sua pressão alta. Prescreveu remédio para a pressão e mandou você investigar a causa de tantas bolotas vermelhas. Estariam relacionadas com a pressão alta?
Você, então, pára para pensar: em quem vou agora, para investigar tudo isso?
Sabemos (ou deveríamos saber) a resposta: num clínico geral.
Mas... cadê o clínico geral?
Não existe.
Matamo-lo nas últimas décadas.
Com nosso esquecimento. Com nossa procura "direta" pelos especialistas...
Não é culpa sua, ou minha. Foi assim que sociedade evoluiu.
E, apesar, de tê-lo "matado" no título, ainda podemos resgatá-lo com vida, para nosso benefício. As sociedades médicas tentam, timidamente, acordar para o fato, com medidas de incentivo.
Mas nós também, quando possível, devemos "recuar" em nossa busca desenfreada por especialistas, devemos tentar obter para nós e nossos familiares um bom "maestro", o que, convenhamos, está um pouco difícil.