A Sra. X (não seu verdadeiro nome), mãe da paciente Y
(também não) chega com o diagnóstico pronto:
-Dr., não é ... o que ela tem? Eu li no Google, e tudo
bate! Veja, ela tem isso, tem aquilo e aquilo outro lá. Só pode ser...!
Diagnósticos, minha senhora (disse eu) não são feitos
assim. Ou não devem ser!
Não se pensa em algo (por exemplo, ...) e aí vai se
verificando se os sintomas do paciente “batem” com aquilo.
Aprende-se (ainda?) na faculdade:
Para se pensar em um diagnóstico, seria necessário mais de
um software especializado do que de
um Google.
Um software que
juntasse a história do paciente (sintomas) com os sinais do exame físico
(sinais) e – havendo ainda necessidade, ou para confirmação – exames
laboratoriais dirigidos para a(s)
suspeita(s) clínicas (e não a esmo!).
Não há diagnóstico da moda (alguns são mesmo extremamente démodés), bem como não deve haver exames
da moda.
Médicos (os tais softwares,
ainda) não devem diagnosticar para agradar (nem receitar, nem pedir exames –
mais aí não rima!).
Mas tudo isso tá ficando muito antiquado. Tão antiquado
quanto um... disquete!