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13 de novembro de 2012

Capítulo À Parte


Se a gente parar pra pensar, é difícil chamar a maioria dos problemas alérgicos propriamente de “doença”. Fica muito pesado.
Até porque quase todos nós temos ou já tivemos alguma manifestação alérgica e não por isso estamos autorizados a nos dizer “doentes”.
E as alergias têm uma característica muito particular menos nítida em grande parte das doenças.
É a grande, às vezes enorme influência do emocional.
Alergias podem se transformar em problemas sérios se deixarmos nos levar por elas.
De vez em quando vemos alguém com rinite alérgica se queixar de que não pode trabalhar!
Conto sempre (e sempre sem entregar o santo, somente o milagre) de um meu paciente adolescente, criado pela avó rígida e super-protetora, que tinha crises seríssimas de asma. Via-se como uma criatura frágil, apesar do seu corpanzil.
A avó nunca aparecia à consulta. Pedia para outros familiares o levarem, talvez porque temia o que a ela se diria.
Quando finalmente compareceu e foi convencida da necessidade do neto se comportar como um adolescente normal, que deveria sair de casa, jogar bola, pular muro, se sujar, etc., o neto nunca mais apareceu: tinha mil coisas a fazer mais importantes que ficar “doente”!
Resolveu-se o problema do neto. Provavelmente agravaram-se os problemas da avó, quaisquer que fossem.
O pediatra “perdeu” um paciente (até porque já estava grandinho). O geriatra da vovó deve ter ganho mil problemas.
Fazer o que?