A luta é inglória: por mais que tentemos explicar aos pais
o protagonismo viral nos problemas respiratórios das crianças pequenas, vem
sempre alguma pressão para incluir no palco os alérgenos.
Por que?
Acredito que, por alguns motivos, dá mais ibope.
Mas principalmente porque com o vírus não há o que fazer:
é deixar seguir seu curso destruidor de narinas entupidas, ranhos, incômodas
tosses, alguma febre, alguma dor de cabeça, até que a morte (viral!) os separe.
Já quando se põe a alergia no banco dos réus, aí a coisa é
diferente: tem uma montanha de remédios (os de nova geração mais caros que os
de geração anterior, claro), tem exames de laboratório para especificar ainda
mais a culpa (o dermatophagoides pteronyssinus é um mordomo de nome muito complicado e chique!), tem até
especialista médico pra tratar só disso (sobrando pro pobre generalista
pediátrico as mal afamadas viroses – argh!)!
Então. Não era de se esperar mesmo que na era da
(des)informação, ficamos satisfeitos com uma vil receitinha de analgésico e
soro fisiológico nasal, não é mesmo?
Orwell Avisou
Localizador digital: é a febre dos jovens nos iPhones. Te
acham em qualquer lugar que você esteja.
Grande coisa! Me avisem quando inventarem o escondedor
digital...