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27 de março de 2020

Caranguejos



Tenho tentado com grande esforço me colocar no lugar dos idosos e outros "grupos de risco" dessa nossa epidemia, e a situação parece bem desanimadora (até agora, pelo menos).
Está difícil tranquilizar vovós e vovôs (e doentes crônicos), essencialmente pelos dois grandes fatos relacionados ao coronavírus: 
O primeiro é a sua aparente extrema contagiosidade (que significa que cedo ou tarde quase que o mundo inteiro terá o vírus circulando pelo seu sistema imunológico).
O segundo fato preocupante diz respeito à evolução muito mais grave nessa faixa da população, o que não é pouca gente, e envolve necessariamente entes queridos de todos nós.
É - desculpe a franqueza, mas acho que é como eles devem estar pensando - como estar não com "data marcada" para morrer, mas com "data agendada, proximamente" e, além disso, com causa mortis bem provável! 
Estão, nesse momento, vivendo como caranguejos, eternamente preocupados na proximidade dos seus buracos.
Esse tormento uma hora acaba. Mas tem-lhes parecido eterno.