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25 de janeiro de 2019

Mais!




O mundo está dormindo menos. Muito menos. Como um todo. E muito menos do que deveria.
Grande parte do problema, você sabe, são nossos constantes compromissos com essas maquininhas, que não nos deixam em paz. Há, aparentemente, muita coisa acontecendo ali pra gente ficar perdendo tempo dormindo.
Acontece que quase nada que acontece nas maquininhas tem lá grande importância, a não ser a função de nos fazer gastar tempo. Que não seria assim grande problema, não fosse o fato de que esse "roubo" de tempo se dá das sagradas horas do sono. Claro que não é "só" isso: é do sono, é da leitura, é do estudo, é da atividade física, é das relações sociais, é até da comida, mas é especialmente grave quando é... do sono!
O mais sério é que crianças não têm o "perceptômero". Vão indo... E se pais também tiverem pouco, vão deixando... Até porque percebem (aí, sim!) um grande sossego, uma enorme diferença na bagunça, no pede-pede, no quebra-quebra, no grita-grita, apenas descontado aquele barulho constante de joguinho, videozinho, etc., com o qual vão se acostumando.
Nem precisa dizer que quem menos se defende das possíveis consequências à saúde, seja no nível mental quanto no nível orgânico (até porque ambos estão intimamente ligados) são crianças e adolescentes das classes sociais menos favorecidas, por vários dos fatores que já os fazem ser vítimas de várias outras mazelas. E esse novo fenômeno é das coisas mais aparentadas com uma droga que se poderia imaginar. 
Circuitos cerebrais de recompensa, dos chamados neurotransmissores, são definitivamente alterados nos usuários pesados de celulares, tablets, joguinhos, vídeos, e mesmo de "redes sociais". Os efeitos se associam à má qualidade e pouca quantidade do sono. Feito o estrago. 
Se você é pai, se você é mãe, inicialmente reconheça que isso pode ser um problema. Já é um enorme passo. Tente você se utilizar menos dos aparelhos, e tente mostrar a sua (possível) não dependência deles. É fundamental que os filhos vejam que o mundo em volta consegue se soltar um pouco dessas coisas.  Além disso, estabeleça horários saudáveis (sim, chamando de "horários saudáveis" as coisas que não estão sendo feitas colados nas maquininhas...). 
Se você, me lendo aqui, deu de ombros, saiba: é só mais um(a) caminhando para ser um "caso perdido".