Uma reportagem da tv suíça mostrou recentemente que - pelo menos nos países desenvolvidos, mas acho que por aqui é ainda pior - as mulheres andam de "saquinho cheio" (expressão machista sem equivalente feminino, até onde sei) com seus ginecologistas.
Por que?
Porque ginecologistas sempre tiveram - como a maioria das especialidades, aliás - uma postura de "eu, mando, você obedece" (muito do tempo do "Eu, Tarzan, você, Jane", silvícola que meio que mandava a Jane calar a boca, ainda que a civilizada fosse ela).
Isso também está para acabar, parece. O exemplo dado na reportagem é o de um pequeno grupo de jovens mulheres que criou (lá) o site: "Adote um ginecologista". Nesse site, pacientes descrevem a maneira como determinado médico as tratou, se abriu a discussão sobre os métodos anticoncepcionais (na verdade, é sobre isso que a reportagem trata), se isso ou aquilo. Tudo com a intenção de ajudar outras mulheres que se sentem desconfortáveis (para algumas, "para dizer o mínimo"!) frente a uma mesa de exames ou na conversa franca com o profissional.
É a famosa "uberização", que vai se estendendo para tudo. Com muitos dos perigos do "cliente tem sempre razão" - principalmente na área médica - mas meio que inevitável.