Seja qual for o resultado das eleições neste ano (em todos os níveis e para todos os cargos), de uma coisa podemos estar certos: não teremos nada para comemorar.
A enorme divisão entre uma "esquerda" que tomou o país pra ela e o espoliou como uma sanguessuga impaciente que esperou sua vez na fila pelas varicosas veias nas duas últimas décadas e uma "direita" de olhar sarcástico, com sede de vingança, esconde uma batalha mais rasa, a disputa de sempre, que nunca tem nada a ver com interesses dos eleitores, nem propriamemte com a política: é pelo dinheiro, somente pelo dinheiro.
Pobres e desassistidos, remediados, e classe média em processo de extinção têm percebido que estarão eternamente fora do jogo, o que tem provocado essa aparente alienação deprimida, esse "tanto faz", essa raiva cega contra qualquer nome, qualquer sigla que se encontre pela frente.
Os poucos, muito poucos, que ainda têm algo a perder ou a ganhar são os que bradam nomes de candidatos, de partidos inexistentes, de (imagina!) programas de governo ou projetos para a nação.
O Brasil é um doente grave, e doentes graves ou desistem da luta ou brigam muito, mesmo sabendo que o fim deve ser o mesmo dos que desistiram.
Será realmente deprimente sermos obrigados de novo a ouvir aquele barulinho das urnas, a confirmar não nossos votos, mas nossa perene incapacidade de transformações.
(relembrando: esse não é um blog político, mas às vezes não resisto a uma "desafogada"!...)