Imagino que com o povão a intolerância à lactose nunca gozou de tanta popularidade.
É até compreensível. Muita "informação". Mas principalmente muito leite!
Independente do fato de se fazer uma confusão danada dos sintomas, da causa, da idade em que costuma aparecer, etc.
Talvez já seja hora da intolerância à lactose mudar de nome. A minha modesta proposta é: "intolerância à esse monte de lactose que você quer pôr pra dentro".
Certas mamães têm dificuldade de compreender que não se trata da capacidade de digerir o açúcar presente no leite e derivados, a lactose (capacidade com frequência diminuída em boa parte de nós, pela pequena quantidade proporcional de lactase - a enzima que digere a lactose - sem que isso seja um grande problema!). Trata-se do volumão de leite e derivados que seus filhos consomem vida afora!
Pequenas crianças de pouco mais de um ano tomando um litro e meio de leite por dia pede lactase de um bezerro de seis meses! Apenas que o bezerro não faz supermercado, não come carne, não olha para uma banana ou um pedaço de manga e fica fascinado.
O funcionamento da enzima (sinônimo de capacidade digestiva) depende muito da quantidade de substrato a ela dado. Somos quase todos "intolerantes" a quase tudo que consumimos em exagero (não costuma ser assim com a diabete, uma "intolerância à glicose", açúcar primo da lactose?).
Como diria o filósofo: "Mostre-me algo que alguém come ou bebe muito, que eu lhe mostrarei uma intolerância!".